quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Doce Vida e Fitzcarraldo

A Folha vende sua coleção como sendo de filmes que transformaram o cinema em arte. Isso é verdade para a maior parte dela e, mesmo incluindo alguns filmes “menores”, arrisco a dizer que é a melhor seleção de DVDs lançada em bancas até hoje. A Doce Vida (1960), por exemplo, tornou Federico Fellini conhecido em todo o mundo, cirou o mito da Via Veneto, fez mulheres de todo o planeta sonharem em imitar Anita Ekberg na Fontana di Trevi (vide Elsa e Fred) e popularizou um termo usado até hoje: paparazzo. Também foi o  primeiro filme em que Marcello Mastroianni faz o alter ego do diretor. Isso sem contar as qualidades artisticas da obra que, se envelheceu enquanto ousadia iconoclasta e de costumes, permanece como grande obra-prima. É um dos filmes que gostaria de passar no Cineclube Indaiatuba mas que é muito longo para tanto. Portanto, comprem, que ainda levarão de brinde Fitzcarraldo (1982), que encerra e forma grandioda a mitica parceria entre o diretor Werner Herzog e o ator Klaus Kinski. Rodado em grande parte na Amazônia brasileira, tem as participações especiais de Milton Nascimento, José Lewgoy, Grande Otelo e gerou polêmica ao derrubar arvores centenárias para fazer a cena em que o navio sobe a montanha no muque (foto). Um documentário sobre as filmagens mostra o cineasta correndo atrás de seu protagonista de revólver em punho. Depois desse filme, Herzog nunca mais alcançou a  excelência alcançada nesse trabalho e em outros como Aguirre, A cólera dos deuses (1972), O Enigma de Kaspar Hause (1974), Coração de Cristal (1976) e Nosferatu (1979).

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